Entrevista com Monica Mattos

Monica Mattos conta sua história no mundo do sexo

Aos 10 anos, Mônica Mattos descobriu um segredo de seus pais: uma fita de vídeo pornô, debaixo do colchão da cama do casal. Bastou ficar sozinha em casa para a menina ver a fita proibida.

‘Era o filme sobre um grupo de amigas casadas que, quando os maridos saíam, aprontavam. Fiquei impressionada porque era criança. Mas lembro que achei as mulheres lindas, e os homens horrorosos’, diz Mônica, hoje com 38 anos. Catorze anos depois, aquela menina é a primeira mulher brasileira a ganhar o prêmio AVN (Adult Video News), o Oscar do segmento pornô, na categoria atriz estrangeira.

Monica Mattos Sentada
Monica Mattos Sentada

O ar angelical e o corpo mignon de 47 quilos, porém, em nada combinam com a biografia da atriz famosa por cenas de ‘garganta profunda’ e DP (dupla penetração). No filme ‘Devassa’, que lhe rendeu o ‘Oscar’, Mônica é uma mulher sem limites, capaz de fazer sexo com quatro homens ao mesmo tempo, em cima de uma mesa de sinuca. Parece surpreendente, até ela responder a uma pergunta básica da reportagem: Qual cena você mais gostou de fazer, e qual mais detestou? ‘A que eu mais gostei foi quando transei com 15 homens ao mesmo tempo’, diz, com a naturalidade de quem conta que foi a uma balada e deu uns beijinhos. Ela explica por que gostou: ‘Porque dei conta de todos eles. Quando terminou, pensei: consegui!’.

Antes de responder à segunda parte da questão (o que ela teria detestado?!), ela diz como consegue enfrentar esse tipo de maratona sexual. ‘Para cenas de sexo anal, tomo relaxante muscular e uso xilocaína. Dói no começo, depois é psicológico. Muito do meu sucesso é porque não demonstro estar sentindo dor ou desconforto’, diz.

A linda Monica Mattos
A linda Monica Mattos

Dentro de um figurino digno de Oscar -longo rosê e maquiagem discreta-, Mônica conta que não foi receber o troféu pornô, em Las Vegas, por falta de patrocínio. Um amigo trouxe na mala a estatueta: um retângulo de acrílico sobre base prata. Como no Oscar original, o prêmio dá um upgrade na carreira. O cachê, que na área é calculado por cena (uma situação, do começo ao gozo) gira em torno de R$ 600. Mônica, hoje, pode ganhar até R$ 3 mil.

Também não precisa fazer certas coisas, como a polêmica cena de sexo oral em um cavalo, que a projetou no começo da carreira. ‘Fiz por impulso. Me ofereceram o triplo do cachê. Mas depois passei mal, vomitei, foi punk.’

Mônica fala olhando nos olhos, e tem um olhar ardido, que só muda de rumo, e parece marejado, quando o assunto é família. Filha de um eletricista e uma dona de casa, ela nasceu em Ferraz de Vasconcelos (município paulista) e, como muitas garotas do metiê, começou fazendo programa. Os pais estavam separados, mas continuavam sob o mesmo teto, com as duas filhas. ‘Era briga todo dia, e meu pai não saía de casa. Eu queria tirar minha mãe dali’, diz. Aos 18 anos, depois de uma única experiência sexual (a perda da virgindade com um namorado), Mônica se jogou numa boate, a R$ 150 por cliente. ‘Em uma semana, aluguei uma casa.’ Na boate, pintou o convite para o primeiro filme. ‘Ganharia o dobro, e sem precisar seduzir…’

‘Em cena, o sexo é mecânico. Acontece de eu gozar, mas é raro. Tenho de me concentrar muito’
Com o tempo, ela diz que deixou de fazer programa. ‘Mas saí da boate como a mais disputada da casa’, sublinha. Aos 20, Mônica se apaixonou por um stripper, que também virou ator pornô. Viveram juntos quatro anos. E ela jura que, mesmo gravando o dia todo, muitas vezes chegava em casa e ainda transava com o marido. ‘É diferente gravar e ter prazer. Em cena, o sexo é mecânico. Acontece de eu gozar, mas é raro. Tenho que me concentrar. Em casa, entre quatro paredes, posso relaxar’, diz. Mas o parceiro que não espere a performance da atriz. ‘Não gosto de sexo anal nem de dupla penetração. Dói muito.’ O que a excita, de verdade, é sexo oral. Talvez a razão pela qual hoje se considere bissexual. ‘A maioria dos homens não sabe fazer sexo oral. As mulheres pegam mais leve, sabem os movimentos’, diz.
Monica Mattos
Monica Mattos
Mônica diz que desde a separação, ‘por ciúmes dele’, há cinco meses, está sem sexo. ‘Gravação não conta.'( ) Na vida pessoal, calcula ter transado com 15 homens -e amado dois. Na carreira, fez sexo com mais de 100. ‘Estou cansada’, diz. ‘Às vezes acordo e, quando penso no que vou ter que fazer, não sinto vontade de sair. Daqui a uns dois anos, quero virar diretora.’
No tempo livre, Mônica se refugia no interior, onde construiu uma casa para a mãe, que, a pedido da filha, nunca viu seus filmes. ‘Quando estou triste, corro para lá e dormimos abraçadas’, diz ela, que gravou ‘mamãe’ em uma de suas nove tatuagens. A irmã, funcionária de uma pet shop, namora firme e fica boba ao assistir à performance de Mônica. O pai? ‘Nos vemos pouco e ele nunca perguntou o que eu faço.’

Escrito por Portalpower

É pai de família, especialista em WordPress e na produção de conteúdo de tecnologia e otimização para conquistar as melhores posições no Google.

Full Stack na vida, Youtuber Gamer Tech, apaixonado por tecnologia, gosta de silêncio e brownie com café ou Coca-Cola.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *